sexta-feira, fevereiro 09, 2007

Pensamentos percorriam a sua mente enquanto a caneta deslizava pelo papel. O som do arrastar no papel levam-na a pensamentos recondidos de coisas passadas e de planos futuros. Anseava o descanso e fazia planos para atingir os seus próximos objectivos. Tentava prever os aontecimentos baseando-se no provável.
Voltou a sie tentou concentrar-se no que fazia. Era inevitável: cada vez que se encontrava sozinha e com o silêncio envolvendo-a, conseguia ouvir tood o interior da sua cabeça, os mecanismos ferrugentosa ganharem vida. Necessitava deste exercício mental para tentar evitar a decadência, fossilização e sarcasmo do mundo.Precisava de estabelecer objectivos, de significar todos os seus passos. Viajava no passado e pensava como poderia ter sido, criava o futuro que iria ter. Os seus pensamentos fugiam sempre do presente, refugiando-se nas memórias que outrora pareceram imperfeitas, mas que rapidamente adquiriam perfeição, e estabelecia um futuro marcado pela mudança.







Fugia sempre do presente!

sexta-feira, janeiro 26, 2007

INTERRUPÇÃO VOLUNTÁRIA DA GRAVIDEZ

REFERENDO – 11 DE FEVEREIRO DE 2007


“Concorda com a despenalização da Interrupção Voluntária da Gravidez, se realizada, por opção da mulher, nas primeiras 10 semanas, em estabelecimento de saúde legalmente autorizado?”

SIM


O QUE ESTÁ REALMENTE EM CAUSA NESTE REFERENDO?

· As mulheres não são criminosas
Do que se trata verdadeiramente é de saber se os eleitores consideram que a lei penal deve continuar a considerar que uma mulher, pelo facto de ter feito um aborto, seja considerada uma criminosa, e seja sujeita a pena de prisão, como determina a actual lei penal.

Ninguém, na nossa sociedade, assume que considera que uma mulher pelo facto de ter interrompido uma gravidez é uma criminosa e deve ir parar à prisão, ou seja, ninguém quer ver esta lei verdadeiramente aplicada. Logo, a lei penal está desfazada do sentimento geral da sociedade e todos se deveriam unir para a alterar, despenalizando o aborto nas primeiras semanas de gravidez.

· Combater uma lei que fomenta as desigualdades
O facto de em Portugal (orgulhosamente só na Europa juntamente com a Polónia e a Irlanda) não ser permitido o aborto a pedido da mulher nas primeiras semanas de gravidez, em estabelecimentos de saúde autorizados, leva a que as mulheres que têm posses económicas optem por se deslocar ao estrangeiro interrompendo a sua gravidez legalmente e em segurança.

Por outro lado, aquelas que não têm essa possibilidade, do ponto de vista financeiro, recorrem no nosso país ao aborto clandestino, quantas vezes com consequências profundamente marcantes do ponto de vista da sua integridade física e da sua própria vida. Estas mulheres são as primeiras vítimas da actual lei penal.

· Combater o aborto clandestino
O aborto clandestino é uma realidade considerável no nosso país e a sociedade portuguesa não pode continuar cúmplice desta clandestinidade e indiferente à sua existência e às suas consequências, porque se trata de um problema de saúde pública ao qual a sociedade tem que dar resposta. Só em 2005, segundo um estudo realizado pela APF, foram clandestinamente praticados cerca de 18.000 abortos, sem o acompanhamento clínico adequado e consequentemente com sérios riscos para as mulheres.

Permitir que estas mulheres tivessem feito a interrupção voluntária da gravidez em estabelecimento de saúde legalmente autorizado, permitir-lhes-ia uma segurança do ponto de vista médico, para além de um acompanhamento antes, durante e após a intervenção, anulando graves complicações para as mulheres depois do aborto e permitindo-lhes também uma orientação do ponto de vista do planeamento familiar para o seu futuro, por forma a grantir uma sexualidade saudável e segura.

· As mulheres não são inconscientes
Não há nenhuma mulher que faça um aborto de ânimo leve e que entenda o aborto como um método contraceptivo. A grande maioria das mulheres que fizeram um aborto fizeram apenas um no percurso da sua vida (assim o confirma o estudo da APF), por razões claramente ponderadas (por falta de condições económicas, afectivas, familiares, de saúde ou outras). Deverão estas mulheres ser consideradas inconscientes e criminosas?

Os métodos contraceptivos falham, especialmente num país que tarda em garantir educação sexual nas escolas e que apresenta ainda grandes falhas ao nível do acesso (e sucesso) ao planeamento familiar.

A lei hoje não permite fazer opções, porque a lei só permite uma escolha: quem engravidou indesejadamente é obrigada a levar a gravidez até ao fim! A lei pune as mulheres através de uma gravidez indesejada ou, em alternativa, pune as mulheres por terem interrompido essa gravidez indesejada! Em pleno século XXI esta imposição não é tolerável! Garantir o direito de opção só é possível com a alteração da lei.


Pelo direito de opção, pela dignidade das mulheres, pela defesa de uma maternidade desejada e feliz, pelo combate ao aborto clandestino, pelo fim de uma lei desadequada e injusta, no próximo dia 11 de Fevereiro diz

SIM

Panfleto do Partido 'Os Verdes'


quarta-feira, dezembro 06, 2006

Amo perdidamente e não sei porquê.
Só sei que a intensidade deste sentimento, por um lado, mantém-me viva, por outro, mata, destrói-me.
Não sei como surgiu, não sei quando há-de desaparecer.
Só sei que anseio esse momento.
Antes deste amor, vivi outra vida, sonhei outro sonho, onde uma doce paz e calmidade me adormecia e serenava.
Já não vivo.
Já não sonho.
Já não tenho paz.
Despertei.
Despertei com a intensidade do seu olhar.
Os nossos olhares fundiram-se num momento para lá de qualquer vida, para lá de qualquer sonho, para lá de qualquer paz.
Não sei porquê.
Só sei que aí, comecei a viver a minha morte.


terça-feira, outubro 31, 2006

"Abyssus abyssum invocat"


Ignorou as primeiras gotas que lhe lavavam o rosto.
Continuou a caminhar.
A chuva tornava-se cada vez mais intensa. A visão começou a ficar turva com a água que lhe preenchia os olhos. Olhou em volta; as grandiosas ruas, vazias. A chuva também as lavara. O pensamento que outrora lhe ocupara o tempo, dissipara-se. Olhou em volta; o nada.
Enquanto a água preenchia as ruas e voltava a encher de novo as poças dos passeios desnivelados, conseguia de forma inacreditável fazer o que ela nunca tinha conseguido: apagar. Apagar as memórias, apagar os medos, apagar a coragem, apagá-la.

Ignorou a mão que a agarrava.

Continuou a caminhar.

sexta-feira, setembro 29, 2006

"O Mundo não foi feito para pensar nele"

Não percebo! Cada vez acho mais difícl encontrar uma razão. Uma razão para tudo. Pela primeira vez apercebo-me que os sentimentos se sobrepõem à razão. E não sei o porquê, o porquê de ser agora. Logo agora que eu mais precisava de apelar à razão.
E o pior é que até todos os sentimentos se começam a confundir; amo o ódio, odeio o amor, apaixono-me pelo o impensável, penso...não, não penso! Não consigo!
Bem, mas se nem eu me compreendo, não posso ficar à espera que os outros em apresentem a mim mesma...



Balada da Estrada do Sol

Sigo a estrada que me vai levar ao sol
Há sete dias que caminho sem parar
Sou uma criança com licença para sonhar
Leio histórias em sorrisos de embalar.

E vou pedir ao deus do Sol para me adoptar
Perfilhar-me e nunca mais me abandonar
Afinal, o Sol também é meu
Quero o raio que só ele me prometeu.

Nesta estrada o cansaço não existe
O fim está longe mas o corpo não desiste
Levo nos braços a guitarra para tocar
Tenho por coro a velha estrela polar

E vou pedir ao deus do Sol para me adoptar
Perfilhar-me e nunca me abandonar
Afinal, o Sol também é meu
Quero o raio que só ele me prometeu.

André Sardet

sexta-feira, setembro 01, 2006

"Não é o nosso desejo que nos engana, mas nós próprios."
Todos somos livres de fazer as nossas escolhas certo? Fazemo-las consoante o que achamos melhor para nós nesse momento.
Ora se somos livres, teoricamente a palavra arrependimento não devia existir, porque só escolhemos o que queriamos. Agora na prática é bem diferente. Isso por causa da insegurança e de todas as historias de encantar que planeamos nas nossas cabeças
por causa da forma como imaginamos a nossa vida...E se depois não é como imaginámos
surge o arrependimento.
Olhar pa trás e ver as escolhas que fizemos,
se foi certo, errado...
Não podemos é deixarmo-nos guiar por ideias pré-concebidas, porque senão de certeza que o arrependimento vai surgir...
Simplesmente ir escolhendo.
Consoante o que sentimos ser melhor ou pior.


quarta-feira, agosto 16, 2006

Lógica irracional


Se a luz da noite não aquece,
Se a lágrima secou,
Se o sorriso morreu e voltou a nascer,
Se o mar calmo se revoltou,
Se aquela roupa já não serve,
Se o livro acabou,
Se o fogo não queimou,
Se minha caneta te escreveu,
E o meu pincel te apagou...
Então tudo mudou, tudo muda e tudo mudará.
O hoje não é igual ao ontem, e não sê-lo-á ao de amanhã.